O Arquipélago (2019)
“O Arquipélago” é um espetáculo solo do ator Pablito Kucarz dirigido por Maíra Lour. Num diálogo próximo e convidativo com o público, a peça levanta uma série de questionamentos sobre homofobia em situações extremamente cotidianas: em ambientes públicos, de ordem social, no contato com desconhecidos; ou no convívio próximo da família, no contexto privado. Nesses dois espaços distintos o preconceito, o machismo, aparecem de maneira ora sutil, ora escancarada, mas sempre violenta. A narrativa apresentada por Pablito revela para o público a forma que a sociedade em geral reage a uma orientação sexual dissidente, que descobre sua sexualidade em ambientes completamente hostis.
A complexidade dessa questão é abordada no espetáculo a partir das vivências reais do próprio ator. Ele compartilha com o público as histórias das cicatrizes que tem no corpo e nesse percurso, também revela algumas marcas não visíveis fruto das violências que sofreu por desconhecidos e, inclusive, por pessoas da própria família. “O Arquipélago” fala sobre ilhas que devem viver coletivamente (em construções sociais e familiares), mas cujas relações nem sempre são harmoniosas. Junto com essas narrativas, conhecemos também a história de uma mulher comum, como diversas meninas que abandonaram sua casa muito jovens para trabalhar como doméstica na cidade grande. A história de sua própria mãe cria um elo potente com as violências e preconceitos que o ator relata.
O espetáculo foi indicado ao Troféu Gralha Azul 2019 nas categorias direção (Maíra Lour), ator (Pablito Kucarz) e iluminação (Beto Bruel). Realizou apresentações no FILO (Festival Internacional de Londrina), no Festival de Teatro de Gravataí (RS), no Festival de Teatro de Curitiba e na Mostra Pôr do Sol (Campos das Artes), além de circular por cidades do interior do Paraná. Foi convidado em 2020 para uma sessão especial em Berlim, cumpriu recente temporada na Oficina Cultural Oswald de Andrade, em São Paulo, e se prepara para uma nova circulação por meio do SESI/PR, pelo segundo ano consecutivo.
SINOPSE
O solo do ator Pablito Kucarz, leva à cena a história de sua mãe. Uma mulher comum, como diversas outras mães que abandonaram sua casa muito jovens para trabalhar na cidade grande. Também se permite questionar esta história quando, em busca de sua própria identidade, se confronta com temas como preconceito, bullying, machismo e violência. Com tom suave a narrativa tem ares de fábula pessoal ao lançar mãos de metáforas poderosas: a família que é um arquipélago, juntos porém separados pela água salgada; o garoto mariposa, agredido por ser diferente dos outros garotos; a pedra lançada como um projétil que ao invés de ferir prefere dançar.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e Atuação Pablito Kucarz
Direção Maíra Lour
Direção de Produção Gilmar Kaminski
Trilha Original e Desenho de Som Alvaro Antonio
Iluminação Beto Bruel
Técnica de Luz Lucri Reggiani
Cenário Guenia Lemos
Figurino Val Salles
Interlocução Artística Ligia Souza
Orientação Dramatúrgica Camila Bauer
Treinamento de Voz Babaya
Assessoria em Canto Paola Pagnosi
Colaboração em Movimento Ane Adade
Produção Flutua Produções
Realização Súbita Companhia de Teatro
Duração
40 minutos
Classificação indicativa
14 anos