Uma história só (2019)
Toda história repete padrões, desejados ou não. Toda história também é a busca por algo novo, algo que se mostra como único, e assim, depois de tantas voltas no mesmo lugar, uma saída pela tangente. “Uma história só” conta a relação de um pai com sua filha e tudo que a paternidade pode proporcionar. “Ninguém está preparado para ser pai, só se é sendo”. Pai e filha habitam uma casa que está na família há muitas gerações. O pai cresceu ali, uma criança em meio às memórias do avô que nunca conhecera, e do seu pai que foi silenciado por um abandono e pela guerra. A filha é a matriz que quebra os padrões, é a mudança no corpo feminino após três gerações masculinas. “Quando você nasceu, não veio um manual”. “Uma história só” é sobre os buracos de compreensão que todos carregamos no corpo, é sobre imitar os mesmos gestos do pai, sobre ir e nunca mais voltar ou voltar muito tempo depois. Sobre uma casa que abriga quatro gerações de narrativas, que se cruzam, que se mesclam e se distanciam. É sobre aquele momento em que o “não” se transforma em “sim” e o percurso da história tem a possibilidade de se tornar outro. “Uma história só” é sobre ser pai, hoje, sobre limites, sobre regras, sobre abandonar repetições e encontrar outro caminho. “Pai, me leva para andar de trem?”.
SINOPSE
Meu corpo é uma casa, vizinha da casa do meu filho. Um homem, com seu corpo esburacado, conta a história de sua infância e de seus antepassados. As relações estão sempre em tensão: dois corpos, um pai e um filho. Um buraco que começou pequeno, uma falta quase invisível, a ausência se instala na carne e o silêncio se torna uma mochila, guardando a memória dos dias. A ausência que causa ausência quando não dá para se despedir. A paternidade é esse labirinto, infinito.
FICHA TÉCNICA
Dramaturgia e Atuação Conde Baltazar
Direção Maíra Lour
Direção de Produção Michele Menezes
Trilha Original e Desenho de Som Alvaro Antonio
Iluminação Beto Bruel
Operação de Luz Lucri Reggiani
Cenário Guenia Lemos
Figurino Val Salles
Interlocução Artística Gladis Tridapalli
Orientação Dramatúrgica Camila Bauer
Treinamento de Voz Babaya
Colaboração Dramatúrgica Ligia Souza
Produção executiva Gabriela Berbert
Realização Súbita Companhia de Teatro